Este processo todo implica alianças com os familiares e com
os responsáveis pelos estudantes. Para que a educação seja “integral”,
a família – compreendida como uma comunidade formada por
pessoas que são ou se consideram aparentadas, unidas por laços
naturais, por afinidades ou por vontade expressa –, participa ativamente
da vida escolar. Portanto a escola deve promover o diálogo
com a família.
Já sabemos que muitos estudantes que apresentam bons
resultados na vida escolar têm a família como partícipe no processo
de aprendizagem.
Vamos refletir, com Paulo Freire:
Não devemos chamar o povo à escola para receber instruções,
postulados, receitas, ameaças, repreensões, punições, mas para
participar coletivamente da construção de um saber que vai
além do saber da pura experiência feita, que leve em conta suas
necessidades e o torne instrumento de luta, possibilitando-lhe
transformar-se em sujeito de sua própria história. A participação
popular na criação da cultura e da educação rompe com
a tradição de que só a elite é competente e sabe quais são as
necessidades e interesses de toda a sociedade. A escola deve ser
também um centro irradiador da cultura popular, à disposição da
comunidade, não para consumi-la, mas para recriá-la. A escola
é também um espaço de organização política das classes populares.
A escola como um espaço de ensino-aprendizagem será
então um centro de debates, idéias, soluções, reflexões, aonde a
organização popular vai sistematizando sua própria experiência.
O filho do trabalhador deve encontrar nesta escola os meios de
autoemancipação intelectual, independentemente dos valores
da classe dominante. A escola não é só um espaço físico. É um
clima de trabalho, uma postura, um modo de ser. (Pedagogia do
Oprimido, 1991, p.16).
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